E depois da escola? Reflexões de educadores sobre os desafios cotidianos em diferentes cenários educativos - E-book Gratuito

Título: "E depois da escola? Reflexões de educadores sobre os desafios cotidianos em diferentes cenários educativos"

Organizadora: Aline Aparecida Oliveira Copetti

Editora: Labirintos

Reservas do livro impresso pelo e-mail: alinecopetti@gmail.com



EXTRATO DA INTRODUÇÃO DO LIVRO

Em meio a uma vida agitada e corrida, permeada por inúmeros desafios cotidianos, é preciso lembrar que uma sociedade digna, justa e crítica só é possível através da educação. Nesse sentido o papel dos educadores que atuam diretamente com as crianças, adolescentes e jovens é primordial para que possamos ainda viver tempos de harmonia, respeito e cooperação.

Um tipo de pedagogia que vem ganhando espaço em alguns cenários educativos, especialmente naqueles da Educação Infantil, é o que Loris Malaguzzi chamou de pedagogia da escuta. As inspirações vindas da Itália aos poucos tomam conta de algumas realidades, mais próximas das nossas. O que é preciso compreender é que junto com o modelo de projetos apresentados pelo pedagogo, nos espaços de Reggio “se afirma a escola, antes e acima de tudo, um lugar de prática ética e política” (RINALDI, 2014, p. 41). Portanto, é necessário entender que fortemente vinculada está a concepção de ética, definida como “uma ética de um encontro edificado sobre a receptividade ao Outro, abertura para a diferença do Outro, para a vinda do Outro” (RINALDI, 2014, p. 43). Nesse sentido, a demanda dessa escuta diz respeito às relações estabelecidas entre crianças e crianças, crianças e adultos e também adultos e adultos.

 

Segundo RINALDI:

 

A pedagogia do escutar representa ouvir o pensamento – ideias e teorias, questões e respostas de crianças e adultos; tratar o pensamento de forma séria e respeitosa, esforçar-se para extrair sentido daquilo que é dito, tratando o saber como algo construído em perspectiva e provisório (2014, p. 43).

 

Viemos de um histórico de formação e educação bem diferente do que agora percebemos como um método que valoriza os saberes e fazeres de bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas. Ao apoiar o movimento em prol de uma educação participativa, que coloque as crianças como protagonistas, respeitando este tempo único, que é o da Infância, os educadores assumem também o lugar de protagonistas, contando e escrevendo novas histórias, sobre os encontros de vidas, que compartilham o viver nos espaços educativos.

Assim, surge o desejo e a necessidade do encontro entre pares, pares que se aproximam pelas afinidades, pelas concepções e pelos modos de conduzir suas práticas, buscando juntos a reflexão e qualificação acerca dos fazeres cotidianos.

Em uma de suas falas, Maria Carmem Silveira Barbosa (2018) nos propõe a parar por um instante, olhar para a própria prática e nos convida a “abandonar o discurso da queixa e adotar o da criação”.

Na noite gelada, do dia 15 de junho de 2018, o primeiro encontro do grupo foi marcado, esperávamos ansiosas por nossas parceiras... Cada uma ao chegar trazia consigo um misto de ansiedade, curiosidade, encantamento, expectativa.

     Naquela mesma noite, formamos um grupo, construímos um laço único que nos aproximou, em meio aos livros, e muito desejo de ser e fazer a diferença em nossos contextos profissionais; ser e fazer a diferença para com os nossos, que estão próximos; ser e fazer a diferença por nós mesmas, tornando a vida e as relações mais leves e alegres.

Proença define a formação de professores “como espaços de criação, de singularidades, de autoria de sujeitos” (2018, p.14) e a partir daquela noite, começamos a nos constituir e constituir o Grupo de Estudos Pensadores de InfânciaG.E.P.I.

Hoje, somos oito educadoras que se encontram pelo menos uma vez por mês para ler, dialogar, se reconstruir a cada palavra, a cada exemplo, a cada troca.

        Ao longo do corpo do livro o leitor encontrará as reflexões de algumas educadoras, integrantes do grupo. O objetivo principal deste projeto, assim como os demais em que o G.E.P.I. se envolve, é colocar-se na posição de aprendiz, utilizando-se das próprias reflexões, para argumentar, questionar, confrontar ideias, teorias e práticas, buscando sempre a qualificação das relações em todos os contextos em que atuam.


Texto de Aline Copetti.

 

 

 


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